25. Ecos da Incerteza
O caminho até em casa foi tenso, mas quando cheguei no prédio, a porta do meu apartamento se fechou atrás de mim com um estalo seco, e só então percebi que estava com as mãos trêmulas. Encostei-me na parede, tentando regular a respiração, mas era como se o ar não fosse suficiente. O silêncio do lugar contrastava com o peso que eu carregava no peito. Nenhuma presença além da minha, nenhum som além do eco da cidade distante pela janela. E, ainda assim, o apartamento parecia pequeno demais para conter todos os pensamentos que me esmagavam.
Caminhei até a cozinha sem acender a luz, como se a penumbra fosse capaz de me proteger do caos que fervilhava por dentro. Servi um copo de água, mas deixei-o sobre a pia. O estômago se fechava cada vez que lembrava da voz de Victoria, das acusações, da segurança com que ela afirmava conhecer Kairos melhor do que eu. E talvez, ela tivesse razão.
Encostei a testa na superfície fria do balcão, tentando afastar o peso da memória. “Ele é assim com todas.