Adrian
Retorno para o navio com a Geovana calada, o rosto ralado e os dedos espremidos entre os meus. Me sinto mal por vê-la assim. A mulher ganhou um passeio no cruzeiro para se divertir e não para ser perseguida e ameaçada.
Enquanto caminhava, pensei no que valeria mais a pena: curtir esses dias com Geovana ou continuar a investigação e colocar a vida da garota em risco.
Cheguei a conclusão de que não estou disposto a arriscar sua vida, eu me meti nisso sozinho e vou me virar do mesmo modo.
A arma que aquela mulher usou para ameaçar Geovana está presa no cós da minha calça e seu peso me incomoda mais que o silêncio em que estamos.
— Você está bem?
Ela balança a cabeça concordando, mas permanece em silêncio. Isso me incomoda, mas a rua não é lugar para esse tipo de conversa.
Chegamos no quarto ainda em silêncio. O navio estava vazio, as pessoas ficariam na rua até tarde da noite, enquanto encontrasse o que mais Montevidéu tivesse a oferecer.
Tranco a porta logo que a fechamos, Geovan