— Vocês querem saber da minha vida, mas não falam de vocês — resmunguei.
— Jéssica você conseguiu arrumar um emprego? — perguntei.
— Pior que não Bianca — ela respondeu desanimada.
— Mas não se desespere, enquanto eu e Willy estivermos empregados você está segura aqui conosco. — Tranquilizei-a.
— É isso mesmo, fica tranquila você vai conseguir algo bacana — Willy confirmou.
— Gente vou tomar um banho e vou direto para cama, estou muito cansada — falei e fui para meu quarto.
— Nem pensar! Desmaiou por falta de comida, por tanto você vai comer hoje e amanhã irei me certificar de que você comeu antes de sair — ordenou Willy.
— Concordo — afirmou Jéssica.
— Ta legal gente, vou tomar banho e volto comer alguma coisa — respondi e fui para o banho, não adiantaria eu tentar argumentar.
Tomei um banho longo e maravilhoso, pensando no meu gato dos olhos azuis, fui jantar para dormir, o dia foi longo, deitei e dormi igual um bebê.
O dia clareou me levantei rapidamente, tomei banho, me arrumei, tomei meu café e fui trabalhar, torcendo para meu deus grego estar minimamente gentil. Chegando lá ele já estava me esperando.
— Bom dia Sr.! — cumprimentei.
Novamente ele me olhou de cima a baixo.
— Bom dia Bianca, espero que tenha tomado café — ele respondeu.
Fiquei em choque ao ouvir que ele me deu pelo menos um bom dia, já é um progresso, devo estar sonhando, o que eu não tive dele em três anos agora tive em dois dias.
— Eu tomei meu café, até porque meus amigos que moram junto comigo não me deixariam sair sem comer depois do acontecido de ontem — respondi.
— Ótimo! — ele disse sem muita conversa. — Vamos então? Hoje é dia da loja 8 em Baguim do Monte.
— Então vamos — respondi com toda delicadeza e um leve sorriso no rosto.
No caminho ele ficou calado, mas quando chegamos ele estacionou e abriu a porta do carro para eu descer, está evoluindo.
— Você está bem? Não quero ter problemas — perguntou e me olhou firme.
— Eu estou bem Sr., vamos ao trabalho — respondi delicadamente.
Desci do carro, quando entramos a recepcionista já veio ao nosso encontro.
— Bom dia Sr. Collins, como vai? — perguntou Joaquina.
— Vim fazer contagem de estoque com minha secretária e espero não ser incomodado por ninguém, fui claro? — ele exigiu.
— Sim, Sr. — Joaquina respondeu e se calou.
Meu Deus! Como pode alguém ser tão grosseiro o tempo todo?
— Mesma coisa de ontem Bianca, e sem desmaio ok? — ele falou e me entregou uma prancheta com vários papéis.
— Não vou desmaiar Sr. — respondi e peguei a prancheta.
— Ótimo, não quero perder tempo hoje — ele falou e já se ajeitou com os afazeres.
Estava demorando para ele falar com estupidez, eu devo ser uma perda de tempo mesmo. Trabalhamos o dia todo sem muita conversa, almoçamos juntos, e colocamos tudo em ordem na loja 08, mas ele conversou só o necessário mesmo, diferente de ontem que conversamos um pouco mais, para resumir ele voltou ao normal hoje novamente.
Passamos a semana toda indo para lá e para cá e finalmente estamos no último dia na loja 02, localizada na Madalena, passamos o dia no mesmo sistema dos outros, foi cansativa a semana para nós, pois estamos acostumados com o escritório com ar condicionado, tudo limpinho e não com depósito cheio de poeira e sem ventilação. Mas em fim, é sexta-feira, última loja, a matriz nós fazemos na segunda-feira.
— Desculpe te incomodar Sr. Alexandre, mas estamos fechando a loja, já é tarde — a atendente Michelle nos comunicou do horário, que passou até rápido hoje.
— Pode fechar eu tenho a chave — ele respondeu.
— Mas Sr. eu não posso deixar ninguém na loja — ela rebateu.
— Você se esqueceu que eu sou o dono disso aqui Michelle? — ele perguntou bravo.
— Não Sr., me desculpe — ela disse e seu rosto rapidamente ficou corado.
— Só vou sair daqui depois que eu terminar, pode fechar a loja — ele ordenou.
— Ok Sr. — ela concordou e saiu do depósito.
Continuamos a trabalhar já que faltava muito pouco para terminar, não compensava ir embora e voltar no sábado só para concluir isso, a semana foi cansativa bem cheia de trabalho que não é de nossa competência, mas tivemos que fazer, após duas horas com a loja já fechada finalmente terminamos.
— Graças a Deus! Tudo concluído por aqui — ele agradeceu orgulhoso do bom trabalho.
— Sim, trabalho conluio com sucesso — respondi cansada do dia longo e trabalhoso.
— Depois de uma semana exaustiva, vamos tomar um vinho desse para comemorar? — ele me convidou para um vinho, total novidade isso.
“Oh! Meu Deus! Isso é surreal”. Pensei.
— É serio Sr.? Mas não vai dar problemas não? — perguntei com medo.
— Até você? Lembra quem é o dono disso aqui? — perguntou fazendo questão de me lembrar que ele é o todo-poderoso da Império.
— Lembro, não tem como não lembrar se o Sr. acabou de falar isso para Michelle — respondi dando uma alfinetada, para ver a reação dele.
— Então vai la na loja e pega dois copos para nós — ele me ordenou.
— Sendo assim, então vou pegar os copos — concordei e fui buscar, já que o dono de todo o Império me ordenou.
Obedeci rapidamente, nunca tomei um vinho com esse homem delicioso, não posso perder essa oportunidade, não acredito que isso está acontecendo, eu e meu amor aqui tomando um vinho, ele abriu um vinho Rosê doce como mel, ele não sabe, mas é o meu preferido, tomamos a garrafa toda, não estamos bêbados, mas bem alegres, entre um copo e outro de vinho ele foi se soltando e conversando comigo. É simplesmente surreal.