Hector – Ponto de Vista
— Eu vou tomar... — Kaia tentou arrancar a caneca da minha mão, mas eu a levantei bem alto, fora do alcance dela.
— Você acabou de se livrar do veneno no seu corpo. Acha mesmo que eu vou ficar parado e deixá-la beber isso?
— Ah, claro, porque pra mim é fácil. — Ela me respondeu.
Ela conseguiu sentir que minha loba estava à beira de reduzir essa cabana a estilhaços. — Continui falando com ela — sussurrei em seu ouvido. Com a loba em alerta, essa mulher não ouviria minhas palavras — só Kaia.
— Hector... — O medo que ela sentia por mim atravessou o vínculo de companheirismo... o vínculo de companheirismo ainda incompleto.
— Confie em mim, meu amor. Você confia em mim?
— Sim. Claro que confio. — Ela suspirou, revirando os olhos para mim.
Levei a caneca à boca. Meus lábios já queimavam com o líquido que eu estava prestes a engolir... de forma voluntária.
Droga.
Engoli tudo de uma vez.
Não adiantava prolongar aquilo. O líquido queimava minha boca, a garganta, e descia