PONTO DE VISTA DE ETHAN
Entrei no hall do hotel com passos firmes, sentindo a raiva e a dor pulsarem dentro de mim a cada movimento. A recepcionista tinha hesitado quando pedi o número do quarto de Helena, mas não dei espaço para dúvidas. Minha voz foi dura, cortante. Eu precisava encontrá-la, e nada iria me impedir.
Quando cheguei à porta, bati com força, deixando claro que não estava disposto a esperar.
Helena abriu, sorrindo como se minha visita fosse algo agradável. Ela usava um roupão de seda, o cabelo arrumado de forma impecável, exalando aquela calma artificial que sempre me irritou.
— Ah, Ethan... — disse ela, com uma doçura ensaiada. — O que houve para me visitar assim tão de repente?
— Você sabe muito bem por que estou aqui. Tem explicações a me dar.
Ela deu de ombros, fingindo indiferença.
— Tanto faz. Entre.
Entrei, mas mantive distância. Cruzei os braços como se isso fosse capaz de segurar a tempestade que queimava dentro de mim.
— Vou ser direto, Helena. Como você teve