Narrado por Amália

— Eu acho que você se esqueceu com quem está falando, então abaixe o seu tom de voz. Eu não estou pedindo; estou mandando, e você obedece. A partir de hoje, você irá morar comigo, queira você ou não — ele disse, sua voz firme e autoritária.

— Faça o que quiser, Elion. Achei que estávamos começando a construir algo, mas me enganei. Bem que fui avisada para não confiar em ninguém. Eu posso até ir morar com você, mas não ache que acontecerá nada entre a gente, porque, para isso acontecer, será à força.

— Eu não me importo com o que você quer no momento. Você irá morar comigo e isso não é uma discussão. Vamos embora. — Ele falou, se virando, sem me dar chance de responder.

E lá estava eu de novo, sentindo o mesmo gosto amargo de derrota que o destino sempre me reservava. Era sempre assim: no instante em que tudo parecia se encaixar, quando eu começava a me sentir confortável, a vida me empurrava para o chão. Mas, dessa vez, eu percebia algo diferente.

Foi bom ter vivid