Narrado por Alora
Ele me acariciou os cabelos com a suavidade de quem já tinha visto a dor em seus próprios olhos, e ficou ali, em silêncio, esperando que eu me acalmasse. Não havia pressa. Não havia cobranças.
— Você está em casa agora, Alora. — Sua voz calma, como sempre, me fez sentir um pouco mais aliviada. — Eu sabia que um dia você precisaria de descanso. Agora, você pode encontrar a paz que busca, mesmo que por um momento.
Eu continuei a chorar, mas havia algo de reconfortante no modo como ele me abraçava. Eu sabia que, independentemente das dificuldades, eu ainda tinha um lar, e ele sempre seria a âncora que me manteria firme quando tudo ao meu redor começasse a desmoronar.
Aos poucos, as lágrimas foram diminuindo, mas o vazio que eu sentia era ainda grande. Algo dentro de mim havia mudado, mas não sabia se estava pronta para enfrentá-lo. O futuro parecia nebuloso, mas por enquanto, naquele instante, a única coisa que eu precisava era daquele abraço.
— Foi frustrante, vovô. —