O interior da barraca estava escuro como um abismo sem fundo, apenas a bruxuleante chama de uma vela trêmula lutava contra a opressiva penumbra. As paredes de tecido ondulavam com a brisa fria da noite, mas o que realmente fazia Donaldo sentir um calafrio na espinha não era o vento — era a presença do homem sentado à sua frente.
Naaldlooyee, o Senhor das Sombras Abissais, mantinha-se imóvel, os olhos negros como carvão refletindo algo além do que um ser humano deveria enxergar. A escuridão parecia dançar em volta dele, como se respirasse, como se tivesse vida própria.
Donaldo, já acostumado com o domínio e o controle, sentia-se inquieto. A proposta que ouvira do bruxo naquela noite era simplesmente… absurda.
— Você hesita, Donaldo — a voz de Naaldlooyee deslizou pelo ar, grave e hipnotizante, como a serpente que sussurra à presa antes do bote.
Donaldo tomou um gole do forte licor em sua taça de prata, tentando dissipar o peso daquelas palavras em sua mente.
— O que você está pedindo..