O veículo ficou em silêncio enquanto Nataniel dirigia pelas ruas da cidade, as luzes borrando as janelas. Estudei Emília sentada no banco da frente enquanto ela sorria e se insinuava para Nataniel como se eu não estivesse presente no banco de trás.

Chegamos primeiro a uma loja de grife. Nataniel estacionou o veículo no meio-fio, o motor ronronando baixinho enquanto descíamos do veículo. Eu não o queria nos seguindo, enquanto Emília sorria para ele, esquecendo o motivo pelo qual estávamos ali.

Afastei-me dos dois e lancei um olhar mortal para Emília, indicando o quanto o comportamento dela me incomodava. Ela engasgou assim que percebeu o que eu estava fazendo. Saiu de perto de Nataniel e correu em minha direção.

— Estou fascinada com esse homem — ela se contorceu como se estivesse em transe — acho que encontrei o homem da minha vida.

— Nataniel é tão chato quanto as teses que preciso escrever sobre Direito Penal — algo estalou dentro de mim. Eu havia toler