Capítulo 3 - Miguel Henrique

Eu estava tentando a todo custo me aproximar dos meus filhos, eu tentava dar presentes, levar para passeios e fazer a vontade deles mas estava cada vez mais difícil ter uma relação paternal com eles.

Heitor era bem mais complicado do que Lavínia. Talvez ele tivesse puxado meu gênio difícil e também graças a bruxa da Olga o menino não me respeitava mais. Já Lavínia era mais doce e menos complicada de lidar, ela me lembrava muito a mãe.

- Olá crianças, eu trouxe uma coisa para vocês - Mostrei o embrulho transparente - Para o Heitor um carrinho de controle remoto e uma Barbie para você Lavínia! Gostaram?

- Pai? - Heitor me olhou com desprezo - Eu não sou mais criancinha ok? Carrinho de controle remoto? Aff!

- Na sua idade eu adorava ganhar um desse! - franzi a testa - E você filha?

- Olha, eu iria preferir ganhar um Iphone - Olhei assustado para minha filha! Como assim? - Mas ta bom papai, fiquei feliz que você pensou na gente.

Eu tentava conversar, Perguntar sobre a escola, amiguinhos entre outros assuntos para saber mais deles. Eu queria a todo custo me aproximar dos meus filhos.

- Filho? - Mamãe me tirou do meu pensamento - Tenho 2 notícias. 1 ótima e a outra e a outra péssima!

- Primeiro a péssima - Bebi minha vodka, eu tinha tido um dia agitado e beber era o que me restava.

- Bom, a péssima é que a Olga entrou com o pedido de guarda das crianças - Apertei os olhos ao ouvir esse maldito nome - E que de agora em diante você tem que andar na linha, qualquer deslize é fatal. A qualquer hora vamos receber a visita se uma assistente social.

Droga! A m*****a da minha ex sogra ia fazer de tudo para arrancar meus filhos de mim e tudo por dinheiro e não por que ela amava os netos.

Parte da revolta que Heitor tinha comigo era culpa dela, ela colocava meus filhos contra mim.

Mas de uma coisa um tinha certeza eu ia mover céus e terra para que ela não conseguisse ter a guarda dos meus filhos.

- Eu sabia que ela não ia desistir mãe! Já acionou nossos advogados? - Bufei nervoso - E a ótima notícia? Se é que tem algo de bom depois disso!

- Já sim, seu pai escolheu os melhores da cidade! Bom, a boa notícia é, eu já consegui alguém para ser a companhia das crianças. Amanhã ela começa - Ela estava bastante animada - O nome dela é Olíviah. Uma moça perfeita e de bom coração.

- Não tinha uma mulher com outro nome não? - Pensei alto. - Que perseguição!

- Como filho?

- Nada mamãe! - Forcei um riso - Bom, que bom que você finalmente encontrou alguém. Vou deitar porque amanhã vou buscar a Camila e o papai no aeroporto após o treino. Boa noite!

Me despedi da minha mãe com um beijo na testa.

- Vai dar tudo certo! - ouvi ela dizer e concordei em silêncio. Tinha que dar certo.

Fui para o meu quarto. Fazia uns dias que eu vinha tentando ser um pai melhor, não saia mais de casa para as orgias e festas. Eu realmente estava começando a zelar meu nome e tornar um jogador de respeito e um pai sério fora dos holofotes.

O dia amanheceu claro, e os primeiros raios de sol invadiram meu quarto.

Levantei cedo, uma das coisas que tinha mudado na minha rotina de férias e fui tomar um banho frio.

Já vestido com uma calça jeans e uma polo verde, desci para tomar café da manhã com meus filhos. Coisa que eu também tinha deixado de fazer após a morte de Giselle.

Assim que terminei o café fui levar as crianças para a escola e depois minha intenção era seguir para o centro do clube e mais tarde ao aeroporto para buscar meu pai e minha irmã.

- Chegamos crianças! - Olhei para porta do colégio vazia e estranhei - Bem, acho que chegamos cedo, que tal um suco antes da aula?

- Papai? A gente não chegou cedo - Franzi a testa enquanto Lavínia falava - Estamos de férias e você tinha que levar a gente na casa da vovó Olga.

- Droga! - Soquei o volante revoltado, eu tinha falhado - Desculpa crianças, o papai ta tentando ok?

- Não adianta tentar! - Heitor resmungou - Vai ser sempre um péssimo pai.

Me doeu ouvir Heitor falar daquele jeito. Não era possível, será que eu não ia conseguir acertar uma?

Dei partida com o carro e segui para Olaria que era onde a bruxa da Olga vivia. Durante todo o trajeto estávamos em silêncio.

Assim que cheguei no portão desci do carro e abri a porta para eles e lá estava Olga.

- Venho buscar eles antes das 18:00 - Eu fazia questão de não ser educado - Até mais tarde crianças. Papai vem buscar vocês ok?

- Eu quero dormir aqui! - Heitor não ajudava.

- Não filho, o vovô chega hoje junto com a tia Camila - Tentei ficar calmo.

- Que saco! - Ele resmungou.

- Filho, ta vendo? Seu pai me afasta de vocês - Olga era venenosa - Vão lá dentro, vovó já vai!

- Sua desgraçada! - Sibilei depois que eles se afastaram - Isso é jogo sujo, ok? Você não vai me afastar deles Olga, pode anotar não vai. Velha interesseira!

- Eu já coloquei o Heitor contra você - A velha sorria - Só falta a Lavínia. Vai ser fácil Miguel Henrique e você não verá mais seus filhos. E ainda vai me sustentar...dinheiro não é o problema para você.

Respirei fundo para não me afetar com as palavras dela. Entrei no meu carro e segui para o clube. Eu queria voltar na próxima temporada em alta.

Mais tarde fui para o aeroporto, buscar meu pai e Camila.

O voo tinha atrasado e eu fiquei horas esperando por eles e isso me fez distribuir uma série de autógrafos e fotos com fãs do meu trabalho. Era normal sempre alguém me tietava e eu gostava disso. Quando se é uma figura pública e ainda mais do mundo do esporte sabemos muito bem que seremos conhecidos na rua.

Finalmente papai e Camila desembarcaram.

- Saudades irmão! - Abracei minha irmã mais nova - E aí? Como estão as coisas? E as crianças?

- Bem! Eles estão bem! Estão com a Olga. - Sorri e apertei a mão do meu pai - E o senhor papai?

- Bem filho e morrendo de saudades de sua mãe - Sorri - Vamos?

Saímos do aeroporto entre risadas e uma conversa bastante animada. Minha irmã era sempre uma ótima pessoa e tinha um gênio muito forte como o de nossa mãe.

Camila tinha a pele branca, era alta e os cabelos avermelhados. Era a versão nova de mamãe.

Já meu pai era diferente, calmo e sereno. Ele tinha os cabelos grisalhos, era alto e com os olhos castanho. Ele e minha mãe eram loucos um pelo outro.

Chegamos em casa e logo após estacionar meu carro pedi para um dos meus empregados me ajudar com as malas. Fui tirando tudo de dentro do carro.

Até que eu olhei para o lado e notei um palio velho estacionado e meio amassado, meio não, 90% amassado. Na mesma hora eu me lembrei de visto aquele carro em algum lugar mas não sabia ao certo onde.

- José? Sabe de quem é essa lata velha? - Perguntei ao meu jardineiro - Se encostar pode dar tétano. Tenha cuidado!

- Ah sim é da senhora que vai trabalhar com seus filhos senhor.

- Ah! Claro.

Após terminar de tirar as malas e subir com as mesmas para casa, fui conhecer a tal companhia ou seja lá o que minha mãe tinha contratado para cuidar dos meus filhos.

Cheguei na sala e vi um belo corpo violão de costas que na mesma hora fez meu corpo se animar.

Ela estava em uma conversa com minha mãe e Camila.

Era um corpo perfeito, de uma bunda espetacular. Os cabelos enrolados deixavam ainda mais para a minha imaginação.

Mas eu já tinha visto aquele corpo..eu conhecia e muito bem!

- Filho? - Mamãe me despertou - Vem que eu quero te apresentar a Olíviah Cavalcante - ela se virou para mim, puta que pariu! Era ela. Minha ex.

- Olá Olíviah - Sorri para ela - Tudo bem? Que mundo pequeno não?!

- Olá Miguel Henrique! - Ela sorriu forçada.

- Filho ela me disse que vocês já se conheciam e que foram amigos na adolescência, Estou feliz por isso! - Mamãe sorriu - Assim será mais fácil!

E como eu conheço mamãe..até demais.

- É mamãe quem sabe?! - Sorri. Não ia ser nada fácil. Ela ia fazer da minha vida um inferno. Isso era um fato.

Era isso? Quando eu pensava que minha maré de azar estava para acabar, Deus foi lá e colocou minha ex para trabalhar na minha casa e com meus filhos? O que mais eu podia esperar? O que mais ia acontecer? Será que os pênaltis da vida eu não ia mais conseguir segurar?

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