A luz da manhã filtrava-se pelas cortinas pesadas, dançando suave sobre os lençóis amassados e meu corpo ainda aquecido pelo sono. Pisquei lentamente, sentindo o peso da noite anterior desfazer-se como névoa. Meus braços se esticaram até o lado vazio da cama, encontrando apenas o calor remanescente do corpo de Caelum.
Ele não estava ali.
Sentei-me devagar, o lençol deslizando pela minha pele, deixando à mostra a curva dos meus ombros nus. O silêncio na mansão era tranquilo, mas meu coração apertou com uma súbita necessidade. Eu precisava vê-lo. Tocá-lo. Tê-lo por perto.
Levantei, vestindo apenas uma das camisas largas de Caelum, que caía solta pelo meu corpo como um manto de lembranças. Caminhei pelos corredores com os pés descalços, guiada pelo instinto e pelo fio invisível que sempre me levava até ele.
Encontrei-o na sacada, de costas para mim, observando os jardins cobertos pelo orvalho. A luz do sol acariciava seus ombros largos, e seu cabelo preso de forma desalinhada denunc