Quando Alve entrou no quarto, encontrou-me sentado na cama. Seu rosto estava lívido. O hino da Colmeia tocava na sala, indicando que o pronunciamento acabava. Limpei as bochechas e me coloquei de pé.
— Ele me disse o que você pretende fazer — falou.
— Está aqui para me impedir também?
Soltou o ar pelos lábios frouxos, num gesto teatral.
— Como se alguma vez eu tivesse tido algum sucesso nisso… — Ele me olhou com cautela. — Eu entendo. Você nunca deixou a Leninha sozinha.
Larguei a mochila sobre a cama. Pensando bem, eu não precisaria dela. Era estúpido tê-la preparado quando eu sabia que não voltaria do lugar para onde estava indo.
O calor do momento se dissipava aos poucos. Minhas mãos ainda estavam trêmulas. Havia um tom de abstração naquilo tudo. Uma parte de mim ainda acreditava que meu pai estar