Muitas horas depois. Afinal, tivemos que parar em todos os postos pelo caminho. Senti o cheiro característico da minha cidade. O cheiro que faria muita mulher franzir o nariz.
- Chegamos. Meu pai disse.
Continuei de olhos fechados, controlei a respiração, e mesmo assim levei um cutucão no rosto.
- Sei que está acordada. Seus olhos estão se movendo e você não abriu a boca.
Abri um olho de cada vez e fingi me espreguiçar, meu pai sorriu sabendo que eu estava mentindo tão mal. Procurei pelo Marcelo, o porta malas estava aberto, pouco tempo depois ele passou com as malas.
-Pai.- Chamei meu pai para perto.- Ele vai ficar quanto tempo aqui?
- Até você estar bem o suficiente para sair por aí fazendo cagada.- Ele forçou um sorriso.- Agora vamos, você precisa descansar.
Esperei ser pega no colo, ou obrigada a arrastar as pernas, mas meu pai tirou uma cadeira de rodas, montou e trouxe até a porta do carro.
Ele apontou para ela e disse algo, que não ouvi. Só aquela visão foi capaz de acabar co