Estou há quase meia hora trancada neste banheiro, fugindo de Theo. Apoio as costas na parede fria, respiro fundo, tentando organizar o turbilhão que sinto. Ele, por um lado, tem razão: não posso me descontrolar e deixar a raiva me dominar. Mas aquela garota é muito sem noção; ela queria nos tratar como se eu fosse a amante, como se eu estivesse tomando o lugar dela de companheira, quando, na verdade, é o contrário: ela é quem tenta tomar o lugar que é meu por direito.

A água que escorre pela pia já esfriou, mas continuo passando os dedos molhados no rosto, tentando me acalmar. O cheiro suave do sabonete me ajuda a centrar a mente. Só espero não ter que ver a cara dela diariamente enquanto estiver aqui. Já não basta eu estar nesta alcateia contra minha vontade, ainda tenho que aguentar as crises de ciúmes sem fundamento daquela menina. Eu só não quero ela perto de Theo, porque, se insistir, sou capaz de perder o controle e fazer besteira.

— Acho que quem não quer ela por perto é ele m