Na manhã seguinte levantei e fui diretamente ao quarto de Anya. Já passava das 10 horas e ela ainda estava deitada e roncava feito um trator.
- Anya? – Chamei com tom de voz alto e ela sequer deu sinal de vida.
Abaixei-me e a empurrei com força, movendo-a de um lado para o outro. Anya abriu os olhos e logo os fechou novamente, o odor de álcool chegando até mim.
Vi a garrafa vazia ao seu lado e não era de uísque. Vodca, pura, provavelmente tomada no gargalo. Como ela conseguia, no auge dos seus mais de 70 anos ou quase isso?
Como aquela mulher bebia tudo aquilo e seguia ali, viva, enquanto meu pai esperava na fila de transplante por um rim?
Eu precisava saber sobre o bebê que Salma teve. O que ela havia feito do filho ou filha? Teria deixado num orfanato? Dado para alguém criá-lo com dignidade, longe dos Hernandez ou teria entregue a criança à Anya, a mulher que destruiu a vida de todos os filhos?
Afinal, teria Salma realmente tido a criança?
Se Salma tivesse dado a luz a um filho e en