Eu dei uma olhada rápida. No celular, Carlos só estava rolando fotos de mulheres bonitas e coisas do tipo.
Por dentro, xinguei: "Velho safado. Já tá com um pé na cova e ainda assim não perde a chance de ser tarado."
Caminhei até a mesa, peguei alguns folhetos de divulgação e saí novamente. Continuei no saguão, distribuindo os folhetos.
Não importava se daria resultado ou não, eu estava me esforçando. Afinal, eu não queria ser tão sem graça quanto o Carlos, nem levar a vida de qualquer jeito como o Nuno. Os folhetos já estavam quase acabando. Por volta das três da tarde, terminei de distribuí-los todos.
Sem mais nada para fazer, voltei para o consultório. Ainda não havia nenhum paciente para atender. Peguei um livro de medicina, sentei num canto e comecei a estudar. Fiquei tão concentrado que nem percebi o tempo passar.
— Finalmente acabou o expediente, podemos ir embora. — Carlos se espreguiçou ao se levantar, e só então percebi que já estava na hora de ir.
Coloquei o livro de lado, ar