Lorena
Cheguei em casa e tudo estava silencioso demais. Aquele tipo de silêncio que machuca, que faz o peito doer porque revela a falta de alguém. Ele não estava lá. Não tinha bilhete, não tinha mensagem, nada que indicasse onde tinha ido ou se voltaria cedo.
Tomei banho devagar, na esperança de ouvir a porta se abrir, algum sinal de que ele tinha lembrado de mim, mas… nada. O silêncio continuava consumindo o apartamento, enchendo cada canto de uma sensação estranha, quase sufocante.
Vesti um pijama, me deitei na sala e fiquei mudando de canal até escolher um filme qualquer, sem conseguir prestar muita atenção. O celular estava ao lado, virado para baixo, mas mesmo assim parecia me chamar. A cada notificação, meu coração saltava — só para cair logo em seguida ao perceber que não era ele.
Quando o filme acabou, peguei o celular. Abri o Instagram tentando distrair a mente e foi aí que me deparei com a foto.
Uma imagem um pouco escura, de longe, mas nítida o suficiente.
E a manchete:
“O