Em passos calmos entrei na sala de refeições, pronta para chamar meu pai para partimos. No entanto, bastaram seus olhos azuis encararem os meus e seu gesto pedindo que senta-se do seu lado para tomar café da manhã soube que só sairemos após ele.
Reviro os olhos, mãos espalmadas na mesa que fecho ao ouvir passos e vozes se aproximando. Damon! Respiro fundo mantendo minha calma ilusória. E mantenho o foco em minha xícara vazio, não dando o gosto de me ver encarando seu corpo suando em roupas de exercício, ou decifrar os desenhos de tatuagem no braço esquerdo.
Katy e Peter pintaram uma de Damon que julgo não ser real, de homem educado, atencioso, bom e respeitador, mas até agora não vi nada disso em suas ações. Até mesmo a imagem sua que tive na festa está se tornando destorcida, sua beleza me deslumbrou e atração que senti cegou algo em mim. E incompreensível o mistério que fizeram para esconder esse homem, não perderiam nada o apresentando em um jantar logo teriam me poupando de senti um desejo por sua pessoa.
— Senhor em poucos minutos os seguranças estarão prontos para o acompanhar até o hospital. Bom dia a todos! — Carlos pronuncia pela primeira vez desde que entrou, em um gesto de cabeça Damon confirma e o senhor saí da sala.
— Ainda trabalha no hospital Damon? — a pergunta do meu pai me faz encara-lo.
Como ele sabe onde Damon trabalha? Analiso senhor Forchhmmer tentando desvendar sua expressão. Conheço todos os seus amigos, até ele manteve Damon em anônimo? Por quê?
— Sim, duas vezes na semana nos outros dias estou na clínica que montei com Miguel. Mas viajarei de volta para minha casa, ficarei dois meses fora.
— Vai? — Katy questiona surpresa — pensei que estaria aqui me auxiliando — o encara triste.
— Vou, mas enquanto isso deixarei alguém de confiança cuidando de você.
Olho para Maik que foca na namorada a olhando estranho, faço o mesmo que ele confusa com a situação diferente do meu pai que parece estar se divertindo.
— Que amigo Katy — resmungo baixinho, mas acredito que Damon escutou:
— Nada de interessante — sorrio com escárnio.
— Discordo, não levante a questão da minha lealdade em relação a minha amizade com Katy se não sabe que estamos falando, por favor. Arqueio uma sobrancelha, a raiva tomando conta do meu interior.
— Não levantei questão alguma, em momento algum citei seu nome — levanto da cadeira para o olhar melhor.
— Não precisava ficou bem claro de quem fa…
Damon já estava em pé de frente para mim, mas o som do grito de Katy nos chamando de infantil e reclamando das perguntas incessantes de Maik sobre o que Damon e ela estavam falando a fez perder a calma e o controle da língua, caso contrário não teria gritando a próxima frase:
— ELE IA ME ACOMPANHAR NA MINHA GRAVIDEZ NÃO SE PODE NEM GUARDAR O SEGREDO PARA FALAR EM UM MOMENTO MELHOR.
Os fatos as seguir foram confusos, Maik desmaiando caindo com o rosto no bolo que comia, Peter adentrando o cômodo sorrindo com o celular gravando o momento e as gargalhadas altas do meu pai que não lembro quando tempo fazia que não as ouvia.
— Nem mesmo falei que o filho não era dele e ele já desmaiou — Peter fala balançando a cabeça — homem fraco, imagina se for menina e ela vim o apresentar seu primeiro namorado.
— Cala a boca Peter! — Katy repreende indo socorrer o irmão.
— Só disse verdades — fala guardando o celular no bolso e voltando sua atenção para meu pai — senhor Forchhmmer a culpa do que ocorreu ontem foi em decorrência a ordens vindas de sua filha, a treinou tão bem que ela impõe tanto medo como você nos obrigando a fazer besteira como a que fiz. A culpe, não a mim.
— Não interessa! — falo séria, desacreditada com sua cara de pau de pôr a culpa em mim — o que veio fazer aqui Peter?
— Bom dia chefinha — sorrir receoso — vim busca-los para los leva para casa, você tem uma reunião com o conselho em uma hora e sua mãe desembarca de suas férias em Roma em menos de três.
As palavras do Peter foram suficiente para que não só eu, mas meu pai ficar em alerta. Minha mãe estava fora de Berlim para não correr riscos, e agora no meio do furacão decide retornar.
Não perdi tempo em retornar para a mansão, menos ainda em ir direto para a sala de reunião e adentrar a mesma encarando os chefes das dez maiores famílias da máfia.
“Que o inferno comece" penso encarando cada um de seus rosto, sérios.