— Você tá maluca, Taty? — pergunto, minha voz saindo mais controlada do que eu esperava. — Por que você não me perguntou antes?
O sorriso da minha amiga desaba na mesma hora, tipo um castelo de cartas, e o brilho nos olhos dela apaga como uma lâmpada queimando. O que, claro, me dá aquele mix de culpa e frustração.
— Você tá brava? Mas por quê? — ela pergunta, genuinamente confusa, como se não entendesse que me jogar na fogueira sem me avisar talvez não seja o tipo de surpresa que eu gosto.
Eu suspiro, tentando achar as palavras certas pra não piorar as coisas, mas, ao mesmo tempo, eu não consigo deixar passar o quão bizarro é tudo isso.
— Porque ser rainha do baile não rola pra uma garota como eu. Quer dizer, olha só pra Lia — aponto na direção de onde a Lia desapareceu, como se o fantasma dela ainda estivesse pairando pelo corredor. — Ela é tipo a Barbie perfeitinha, e todo mundo ama ela.
Taty me encara com aquele olhar desafiador que ela faz questão de usar quando quer me provar err