Karen estava sentada no sofá da sala de estar, um ambiente acolhedor, mas que naquele momento parecia frio e vazio. As paredes, decoradas com quadros de momentos felizes, contrastavam com a tristeza que ela sentia. Seus olhos estavam fixos na sacola que continha as fotos de Felipe, e ela segurava o objeto com força, como se aquilo pudesse impedir a dor de escapar.
Perdida em pensamentos, Karen mal notou o som da campainha. A empregada, uma senhora de meia-idade com um semblante preocupado, foi atender. Minutos depois, para a surpresa de Karen, sua mãe, dona Cíntia, entrou na sala. Dona Cíntia, uma mulher de aparência elegante e olhar compassivo, colocou uma das mãos sobre o peito, sentindo uma profunda pena da filha. Ela deixou sua bolsa de couro sobre a bancada e caminhou até Karen.
Sentando-se ao lado da filha, dona Cíntia a envolveu em um abraço caloroso, tentando transmitir todo o seu amor e apoio.
— Oh... Minha filha... — murmurou, enquanto beijava o rosto de Karen com ternura.