Meu Pecado de Vermelho
Meu Pecado de Vermelho
Por: A. C. Barroso
Capítulo 1

THEODORO

Eu estava em meu escritório analisando umas planilhas da empresa para a reunião do dia seguinte. Olhava o relógio em meu pulso a cada cinco minutos, mas os ponteiros pareciam se arrastar em câmera lenta. Mal podia esperar que o dia terminasse para ficar livre de tudo aquilo e poder começar a curtir o final de semana.

As sete em ponto, comecei a guardar minhas coisas, mas fui interrompido quando meu celular começou a tocar em algum canto da sala. Depois de remexer nos papéis, acabei encontrando-o. Era Isaac, meu melhor amigo.

— Onde você está, Theo?

— Ainda estou na empresa. Por quê?

— Você vai na festa do Gabriel?

— Claro. Você sabe que não rejeito uma festa por nada nesse mundo.

— Te encontro lá às 20h.

Logo que terminei de guardar tudo, peguei o paletó pendurado na cadeira, apaguei as luzes da minha sala e entrei no elevador. Passando pela recepção, cumprimentei o segurança e a recepcionista e fui para o estacionamento ao encontro do meu Jaguar Sport preto.

Assim que estacionei o carro em frente ao local da festa, peguei o paletó no banco do carona, vestindo-o logo em seguida, a porta foi aberta e um rapaz educado me cumprimentou. Cumprimentei-o de volta e em seguida joguei as chaves para o manobrista e cruzei as portas de vidro.

— Boa noite, senhor. — Um segurança me barrou. — Preciso verificar se seu nome está na lista.

— Theodoro Castro.

Quando o “armário” finalmente permitiu minha entrada, percebi que o lugar estava lotado de pessoas desconhecidas, então resolvi ir até o bar. Enquanto pedia uma dose de uísque no bar, Isaac se aproximou, estava acompanhado de duas mulheres. A morena eu já conhecia, era Alexandra.

Enquanto cumprimentava meu amigo, a morena veio sentar-se ao meu lado e começou a puxar assunto, se insinuando, tocando meu braço, numa vã tentativa de chamar minha atenção, mas eu não estava a fim. Já tinha dormido uma vez com ela e não queria correr o risco de ficarmos novamente e ela achar que poderia estar surgindo algo sério entre a gente. Depois de ter percebido que não teria outra chance, a morena se afastou de nós.

— Achei que não viesse, meu amigo.

— Não perderia essa festa por nada.

— De olho em alguma gata?

— Ainda preciso dar uma circulada pelo ambiente para ver.

Permanecemos, por um tempo, sentados nos bancos do bar, só bebendo e observando a movimentação até que um burburinho na entrada despertou nossa atenção.

— Quem será que chegou para causar tanto alvoroço? — Isaac perguntou enquanto esticava o pescoço para tentar ver. — Aquela ali não é a sua irmã?

Olhei na mesma direção que ele olhava e pude constatar que era mesmo minha irmã. O que me surpreendeu foi que Chiara não estava sozinha, reconheci quase que imediatamente quem era. Um sorriso brotou em meu rosto.

— Nossa, aquela amiga da Chiara é muito bonita.

— Uhum.

— Você está bem, meu amigo?

— Sim.

Não pude deixar de perceber os olhares ardentes de luxúria dos homens sobre ela e o ciúmes surgiu em meu peito. Virei minha dose de uísque e o coloquei-o sobre o balcão, deixei Isaac na companhia da loira e informei que daria uma volta pelo salão.

Comecei a circular pelo ambiente, não queria esbarrar na minha irmã de propósito, então encontrei Gabriel, parado do outro lado do salão. Enquanto me aproximava do aniversariante, ouvi alguém me chamar, mas continuei andando.

— Theodoro! — A voz feminina me chamou novamente.

Quando me virei, por um momento, achei que meus olhos estavam me traindo. Zahara Milani. Minha melhor amiga de infância estava de volta e parada bem na minha frente.

— Zah, que surpresa vê-la por aqui.

— É bom vê-lo também, Theo. — Ela retribuiu meu abraço.

— Quando chegou?

— Desembarquei hoje pela manhã.

— E pretende ficar até quando na cidade dessa vez?

— Uma ou duas semanas porque depois tenho que gravar um filme em Nova York.

— Que mulher requisitada.

— Esse é o lado ruim da profissão.

— Veio sozinha? — perguntei fingindo não ter visto ela entrar com a minha irmã.

— Chiara me arrastou para cá. Você sabe que ela não sossega enquanto não consegue o que quer.

— Minha irmã é impossível ainda mais quando coloca uma coisa na cabeça, nem parece minha gêmea.

— Exatamente.

— Você está deslumbrante — elogiei enquanto meu olhar se demorava no seu decote.

A conversa com Zahara foi interrompida quando Gabriel se aproximou de nós. Com um largo sorriso estampado no rosto, ele deu um tapinha em meu ombro e voltou sua atenção para a bela mulher a minha frente.

— Gabriel! — Zah deu um abraço nele. — Parabéns pelo seu aniversário.

— Obrigado, gatinha.

Eu tinha me esquecido que Gabriel tinha conhecido Zahara quando ainda éramos crianças e ele tinha ido brincar comigo e ela estava com a minha irmã.

— Você me daria a honra de uma dança?

Ela aceitou e pude perceber o brilho nos olhos de Zah, o que ela não percebeu foi que as outras mulheres da festa a estavam fuzilando. Provavelmente com um pouco de inveja dela, afinal ela era uma atriz famosa, uma mulher bem-sucedida e bonita. Gabriel segurou a mão dela e já a estava conduzindo para a pista quando segurei a outra mão dela. Zah se virou rapidamente, surpresa por ver que era eu que estava segurando sua mão.

— Theo, meu amigo, por acaso está querendo roubá-la de mim? — Gabriel perguntou com um olhar de desafio.

— Não, só que eu te conheço e não acho uma boa ideia você ficar perto dela.

— Ela já é maior de idade e pode decidir se ela aceita ou não dançar comigo.

— Você quer mesmo dançar com ele, Zah? — questionei-a.

Dava para ver que Zahara que não estava gostando daquela confusão, mas decidiu ir com Gabriel para a pista de dança. Me afastei, deixando que dançassem, mas não desviei os olhos dela por um minuto sequer. Meu estômago deu um nó por ver os dois juntos.

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