27. A perda, segunda parte
Johnny respira fundo. Nunca foi fácil lembrar dessa pessoa, muito menos falar dela. Ele levou três meses até conseguir sair do quarto e comer e falar como um ser humano. Os pais já haviam tentado de tudo até então: consulta psicológica, livros de autoajuda e até ajuda espiritual com o pastor de uma igreja próxima.
Mas o que realmente impeliu Johnny a tentar recuperar a chama da sua vida não foi nenhuma dessas coisas.
Sentados no parque, o rapaz não tentou disfarçar as lágrimas nem a fisionomia de choro e dor que sentia ao se lembrar daquela pessoa tão especial. Olhando para cima, ele começou a falar.
"Ela era minha melhor amiga."
Emanuele quase tem um salto. Sim, ele tinha uma melhor amiga, e a amizade dos dois foi abalada por causa da manipulação de Thabata! Ele havia contado aquilo na reunião de algumas semanas atrás.
Ele continuou:
"Nós nos conhecemos quando eu tinha dez anos e ela onze. No começo, tanto os meus pais quanto os pais dela acharam que teríamos alguma espécie de romanc