A manhã começou mais agitada do que o normal. Eu cheguei cedo à empresa, com os olhos ainda pesados de sono e o coração acelerado por motivos que nada tinham a ver com trabalho — e tudo a ver com a ligação picante de Richard na noite anterior. Suspirei e sacudi a cabeça, tentando afastar os pensamentos indevidos. Não era hora pra isso. Hoje seria a reunião com o grupo de São Paulo e, como braço direito de Enzo, eu precisava estar focada e impecável.
Às 7h25 eu já estava na sala de reuniões, com o tablet em mãos, os arquivos abertos e a mente tentando se manter no modo profissional. Quando Enzo entrou, pontual como sempre, seu olhar se encontrou com o meu por um segundo, e eu senti aquele frio bobo na barriga. Ele vestia um terno cinza escuro, a gravata ligeiramente desalinhada — como se tivesse saído às pressas — e aquele perfume amadeirado que me fazia perder a linha.
— Bom dia — ele disse, simples, mas com um sorriso de canto que só ele sabia dar.
— Bom dia — respondi, mantendo o to