Enzo Albuquerque
Era difícil fechar os olhos e tentar descansar com ela ali. Ana Luiza. A mulher que eu sempre amei. A mulher que eu feri.
O silêncio do quarto contrastava com o turbilhão dentro de mim. O lençol cobria parte do seu corpo, mas as costas nuas dela estavam completamente expostas à minha vista. Cada curva, cada respiração tranquila... parecia um castigo e uma dádiva ao mesmo tempo. Como alguém podia dormir com tanta serenidade depois de uma noite como aquela?
Não consegui me conter. Peguei o celular na mesinha de cabeceira e, sem pensar muito, digitei para a única pessoa que entenderia meu pedido sem fazer mais perguntas do que eu estava disposto a responder:
“Compra um café da manhã reforçado e leva aqui pra casa. Por favor.”
A resposta não demorou:
“Você passou a noite com a Ana Luiza?”
Soltei um suspiro pesado. Eu sabia que ela ia perguntar.
“Sim.”
“Vocês voltaram?”
Olhei para Ana novamente, dormindo ali tão perto e, ao mesmo tempo, tão distante.
“Ainda é cedo pra pens