Dois dias se passaram e eu voltei a minha rotina normal.
Assim que entrei pela recepção, percebi olhares discretos se voltando para mim.
Era como se todos soubessem o que havia acontecido, mas ninguém tivesse coragem de perguntar.
Respirei fundo e segui até o elevador, instintivamente, como fazia todos os dias, mas antes que as portas se fechassem, Maria gritou pelo corredor.
—Ellie! – Disse ela, correndo até mim, colocando a mão na porta a impedindo de se fechar. —Aonde está indo? A sua sala foi transferida para o térreo.
Franzi o cenho.
—Transferida? Como assim?
—Sim… o senhor Miller pediu para que cuidássemos disso. Disse que era melhor para sua recuperação.
Meu coração acelerou.
Desviei o olhar para o corredor e caminhei na direção que ela apontava.
Quando empurrei a porta, encontrei minha sala montada com perfeição. A minha mesa, meus arquivos, até a foto de Charlie estava ali, como se nunca tivesse saído do lugar.
Tudo exatamente igual, mas em um andar diferente.
Toquei a madeir