Assim que o vi, meu corpo inteiro se arrepiou.
David.
Ele estava parado ali, com a mão ainda no ar, como se estivesse prestes a bater novamente.
— Eu... eu só queria saber se estava tudo bem — disse ele, gaguejando um pouco.
Aquilo foi surreal.
Ficamos nos encarando por alguns segundos e antes que pudesse inventar uma desculpa para o mandar embora, ouvi a voz doce da minha filha vindo do sofá.
— Oi, tio!
David olhou por cima do meu ombro, confuso. Eu então, me virei e vi Charlie se aproximando, sorrindo.
— Tio, você quer tomar café? A mamãe sempre faz quando chega visitas.
Ele me olhou e na hora apenas respirei fundo e dei espaço para que ele pudesse se sentir convidado.
— Pode entrar. É o mínimo que posso fazer para pagar a carona. — falei, tentando manter a educação apesar da tensão que explodia entre nós.
Fechei a porta e fui até a cozinha preparar o café.
Enquanto enchia a garrafa com água e colocava o pó no filtro, ouvia a voz animada de Charlie conversando com ele na sala.
— Vo