Naquele instante, o corredor pareceu ser mais longo do que nunca.
Cada passo que eu dava, ecoava pelo piso impecável, na intenção de me lembrar que eu estava prestes a encarar mais uma nova realidade.
Alguém que, um dia, tinha sido o amor da minha vida, talvez tivesse se esquecido de todo esforço que fez para estar ao meu lado.
Respirei fundo e empurrei a porta com cuidado, sentindo meu coração acelerar dentro do meu peito.
O quarto estava iluminado apenas pela luz suave que entrava pelas cortinas brancas. O som das máquinas eram mais baixos agora.
E por um segundo. Um mísero segundo, acreditei que tudo voltaria ao normal.
Até o ver.
David estava sentado, meio recostado na cama, com o olhar mais vivo do que eu lembrava.
Ao lado dele, Ingrid estava impecável em seu uniforme branco, com o cabelo preso em um coque e um sorriso que me fez sentir um nó no estômago — Ela segurava um copo com o canudo apontado para os lábios dele.
— Vamos lá, só mais um gole! – Disse ela, levando o copo até