Algumas semanas haviam se passado desde que David despertou.
O hospital já não parecia o mesmo.
O som das máquinas que antes apitavam inconstantemente, agora deu lugar às instruções dos fisioterapeutas e ao som ritmado da esteira.
David estava ali, firme, com os braços sustentados pelos suportes laterais, movendo as pernas com uma determinação quase sobrenatural.
Cada passo que ele dava parecia mais seguro que o anterior, como se a fraqueza que o dominava antes jamais tivesse existido.
Eu o observava em silêncio.
Eu estava acompanhando cada movimento, cada respiração contida, cada esforço que ele fazia para se recuperar totalmente.
Mas havia algo diferente nele. Algo além da força física.
O fisioterapeuta se retirou por um instante e então, me aproximei dele o olhando com atenção.
— Você não acha que está indo rápido demais? — Perguntei tentando disfarçar a preocupação.
Ele não respondeu de imediato.
Apenas manteve o olhar fixo na parede a sua frente, até que desligou a esteira e pego