Pietro Castellane:
— Sabe... — começo, a voz baixa, como um sussurro que roça a pele. — Quando privamos o corpo de um sentido, todos os outros ficam mais alertas.
Dou mais um passo ao redor de Fernanda, a observando, a tira de pano vermelho em contraste perfeito com sua pele branca. Seu corpo exposto apenas a minha mercê.
— Sua audição fica mais aguçada — sussurro em seu ouvido, deixando meu hálito tocar sua pele. Ela estremece. — O olfato, mais atento. O paladar... mais exigente.
Dentro da gaveta do criado mudo ao lado da cama, pego uma garrafa de vinho e o saca rolhas. Fernanda vira o rosto da direção do som, que com certeza está ecoando ainda mais alto que o normal. Abro a garrafa.
— Abra a boca — ordeno, minha voz deslizando com firmeza.
Céus, a quanto tempo eu não dou uma ordem como essa?
Ela obedece sem questionar, os lábios entreabertos, e isso me faz sorrir. Melo meu dedo com o liquido rubro e encosto suavemente contra sua língua. Ela envolve o meu dedo com os lábios, inundand