Pietro Castellane:
Ela prende a respiração. Eu sinto. Sinto o corpo dela tenso, em alerta máximo, cada músculo contraído como um animal acuado. Está tentando manter o controle, tentando fingir que pode me enfrentar de igual para igual. Mas o tremor sutil no queixo a denúncia.
E eu decido quebrá-la.
— Você acha que está pronta pra ser minha esposa?
Minha voz desce como uma lâmina fria, calculista. Deixo meus olhos percorrerem seu rosto com uma lentidão cruel— seus lábios entreabertos, o pescoço exposto, o inicio de seus enormes seios, até encontrar novamente seu olhar desafiador.
— Você nem faz ideia do que isso significa. Nem imagina o que eu seria capaz de fazer com você se me pertence, Fernanda.
— Então me mostra — ela diz, num sussurro corajoso, ainda que a respiração dela denuncie o medo.
Um riso seco escapa da minha garganta. Um som sem humor. Sem compaixão.
— Você quer que eu te mostre, é? — Minha voz sai grave, carregada de tensão e veneno. Me aproximo até colar o corpo ao dela