Fernanda Mendonça:
O copo de vidro gelado desliza entre meus dedos enquanto giro a bebida âmbar em círculos lentamente antes de levá-lo à boca. O álcool desce queimando, mas não o suficiente para aquecer o vazio que sinto no peito.
O bar está cheio, a música ao fundo vibra no meu peito, e a conversa dos outros clientes cria um zumbido constante ao meu redor.
Olho para a entrada, esperando pelas meninas, mas a cada novo rosto que entra, nenhum é o delas. Elas sempre demoram, mas hoje parece que o tempo está passando mais devagar, e pela primeira vez, estou agoniada por estar sozinha.
Balanço o pé impacientemente sob a mesa, olhando para a tela do celular. Nenhuma mensagem justificando o atraso.
Suspiro. Eu queria me aconselhar com elas, queria pedir ajuda pela primeira vez ao invés de resolver tudo sozinha.
Aperto os olhos, tentando afastar o peso do que passei hoje, do que sinto em segredo.
O celular vira sobre a mesa, o grupo em que estou com as meninas.
Cunhada: “Não vou conseguir i