(Ella)
Eu sei que o fuzilei com os olhos.
Sei exatamente o impacto que minhas palavras tiveram. Senti a fúria dele atravessar o ar como uma tempestade prestes a desabar. Mas eu não podia ficar quieta. Não podia só acenar com a cabeça enquanto ele decidia tudo por mim, como se eu fosse apenas uma espectadora da minha própria vida.
E mais do que isso... eu precisava de tempo. Tempo pra digerir, pra entender, pra respirar.
Liora já estava no quarto, recolhendo algumas coisas, empilhando-as em cima da cama como quem queria fazer tudo com cuidado. Eu fiquei ali, deitada, abraçada a um travesseiro. Ele abafava um pouco da minha frustração, mas não era o suficiente pra calar o burburinho dentro de mim.
— Você e o alfa estão brigados? — ela perguntou, a voz suave como sempre.
— Pode-se dizer que sim — resmunguei, apertando o travesseiro contra o rosto. — Ele não quis saber se eu queria ir ou não...
Minha voz morreu no final. Era difícil admitir aquilo. Que doía. Que parecia injus