Anderson rangeu os dentes, como se cada palavra lhe rasgasse a garganta:
— É verdade… — Admitiu com dor. — Dois idiotas cegos. Nós dois. Passamos anos maltratando a Irene.
Mas então, a expressão de seu lobo se transformou e um uivo de fúria preencheu a casa:
— Mas vocês… Vocês também não são inocentes. Nós todos merecemos o inferno. Merecemos ser queimados pelas chamas eternas!
Foi nesse momento que Rhys apareceu, sujo, ofegante, com as mãos cobertas de neve e lixo.
Havia revirado o lixão inteiro.
E recuperou o presente que Irene havia enviado.
Enquanto os pais de Leah ainda tentavam se justificar, Rhys apenas riu. Uma risada amarga.
Tirou de dentro do casaco uma série de documentos.
— Eu recuperei minhas memórias. E agora me lembro. Foi a Irene. Sempre foi ela quem me protegeu. Quem cuidou de mim. Quem me amava de verdade.
Diante das provas, claras, inquestionáveis, os rostos de Leah e seus pais ficaram lívidos.
Cinco meses depois, na Ilha do Gelo Eterno.
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