A chuva continua lá fora, mas não escuto mais nada. Só a voz dela. Só o toque leve dos dedos dela na minha pele. Só o calor insuportável que vem daquele maldito sorriso.
Beatrice Montrose está sentada ao meu lado, molhada, provocadora, com os cabelos emaranhados e a saia grudando nas pernas. Ela poderia estar desconfortável, envergonhada ou quieta. Mas não. Ela está à vontade. Demais para o meu gosto.
Ela solta minha mão e começa a passar o dedo pelo meu braço novamente, como quem brinca com fogo e sabe que não vai se queimar.
- Eu adoraria ver o senhor jogar, então, gosto de um desafio… - ela diz, quase em um sussurro. Ela é como um veneno lento, daqueles que entorpece a pessoa antes de matar.
Fecho a mão. Respiro fundo. Tento pensar em qualquer coisa que não seja o contorno da sua boca ou o jeito que ela me olha. Ela sempre parece saber o que estou sentindo e reage a isso sempre de propósito.
Sei que ela gosta de provocar.
- Eu não sou tão ruim assim, Thomas. Mas quando me sinto de