A chuva insistia em continuar caindo sem dar trégua nem mesmo para o médico poder vir. Ela até mesmo nos alcançou nos molhando tudo. Sem ter muito o que fazer, tomei um banho e Arabelle também e agora, aqui estamos, esperando ansiosamente a tormenta parar e poder ir atrás de Beatrice e Thomas. O som das gotas contra as vidraças é o único ruído que preenche o silêncio incômodo dentro da sala.
Me sento próximo à lareira, observando as brasas estalarem, como se olhar para as chamas ajudasse a clarear meus pensamentos. Lady Arabelle permanece em pé, andando de um lado a outro, com uma expressão de preocupação total.
- Essa chuva está demorando mais do que esperávamos… - murmura ela, inquieta. - O médico não pode vir mesmo assim?
- Não, seria perigoso até para ele. A trilha pode ficar escorregadia, os cavalos ficam agitados… Mas não se preocupe, senhorita Arabella. Thomas deve estar ajudando a senhorita Beatrice da maneira que pode - respondo, com a voz calma, sem tirar os olhos do fogo.