Capitulo 5

Me desperto como uma princesa, literalmente. A cama é maravilhosa, o barulho de pássaros soa alto lá fora, e um lindos raios de sol entra pela minha janela.

- Então é assim que é viver como alguém podre de rico? - me questiono a mim mesma.

Uma leve curiosidade surge em mim quanto aos vestidos de Lady Beatrice, então começo a recorrer pelo seu guarda roupa, escolhendo um belo vestido para usar. As portas rangem um pouco ao serem abertas e logo vejo: fileiras impecáveis de vestidos alinhados por cor, tecido e ocasião. Tudo tão organizado que é até satisfatório de olhar.

Logo, aquela mesma empregada entra no quarto, correndo em minha direção.

- Eu te ajudo a se vestir… minha Lady. - disse ela, tomando o vestido da minha mão.

Suspiro. Mas nego com a cabeça.

- Não precisa, mas obrigada. - digo a ela.

A ideia de ter alguém com quem eu não tenho intimidade me vendo pelada não me atrai.

- Mas é o meu trabalho… Senhorita. - retruca ela. - Por acaso a Senhorita está doente? Nunca recusou minha ajuda antes…

Olho para ela, que me observa com desconfiança. Apenas desisto e a deixo me ajudar. E alguns minutos depois, eu estou devidamente vestida. Dessa vez, escolhi um vestido em tom creme e um lindo espartilho verde. A empregada me ajuda a colocar minhas luvas e as joias em meu corpo: um colar e brincos de pérolas.

Ela me leva até a penteadeira e começa a arrumar meus cabelos, separando metade dele e o prendendo acima com um lindo laço de cetim em tom verde, combinando com meu espartilho. O restante ela deixa solto, caindo em ondas. Me olho no espelho. Quem dera, na vida real, eu tivesse essa beleza da Lady Beatrice… Teria sido modelo.

- Eu estou maravilhosa… - digo, obcecada pelo meu reflexo - Bonita, gostosa, sensual…

Olho para minha empregada, que está com olhos arregalados, e rio. Vou até ela e depósito um beijo em sua bochecha. Ela se afasta rapidamente.

- Obrigada! - não irei recusar mais a ajuda dela.

Ela faz sinal de reverência e, lentamente, sai do meu quarto, meio chocada com meu ato repentino, mas nem ligo. Continuo me olhando no espelho e apreciando minha beleza. Abro a gaveta de joias da Lady Beatrice.

Está forrada em veludo e muito bem organizada. Vários outros colares de pérolas, tiaras de diamante, broches de ouro, assim como braceletes dourados com pedras de rubi. E claro, vários e vários acessórios em esmeralda, a cor favorita da Lady Beatrice.

- Com isso eu compraria um hotel em Dubai… - penso alto.

Abro outras gavetas, curiosa sobre o que mais Beatrice tem de interessante.

Entretanto, ao abrir a última gaveta, ela não se abre. Está fechada com chave. Fico forçando, tentando abrir. Por fim, desisto e resolvo procurar a chave.

Reviro com minhas mãos todas as gavetas, novamente, tentando não bagunçar muito as coisas e finalmente encontro uma chave, pequena e dourada. Abro a gaveta.

Cartas e mais cartas saltam à minha vista. Seriam elas cartas de amor? Para quem? Começo a ler a primeira que vejo. Observo a caligrafia impecável, firme e elegante. Ao que parece, a carta é uma resposta de outra pessoa, mas não é de amor. São informações sobre alguns nobres, maneiras de como chantageá-los e manipulá-los para ganhar influência na corte ou no Parlamento.

Pego outra carta: uma resposta da outra pessoa querendo formar uma aliança com ela, para destruir mais uma família nobre. Vejo um nome conhecido por mim: Lady Arabelle.

Em outra: Fala sobre algumas propriedades. Reconheço o nome Everhill e Rosegate.

- Everhill é a terra do James e a outra… o que era a outra? - tentei pensar, mas não me lembrava mais, apesar do nome parecer conhecido por mim.

Decido pegar outra carta: é sobre a conspiração para separar um casamento de nobres da aristocracia. Paro de ler ao notar um pequeno caderno. Seguro ele e o folheio: um diário.

- Fui buscar prata e encontrei ouro… - digo a mim mesma, animada.

Vou direto para a última página:

“Rosegate é a chave, nem mesmo o Duque Thomas entende o valor que aquelas terras tem de verdade. Vou usar isso contra ele, mas se ele recusar… Terei que jogar com Arabelle.”

- Rosegate… - algo surge em minha mente - É a propriedade que o Thomas queria e ficou extremamente irritado por perder.

Procuro novamente a carta que falava sobre as propriedades e começo a ler informações de Rosegate:

“Rosegate.

Extensão: 2800 acres de terra fértil.

Possui dois vinhedos ao sul, até o limite com o velho bosque de Harrowgate.

Estrutura: Possui três estruturas principais e cinco edificações auxiliares. Inclui casa principal, celeiros antigos, Torres de vigia, estufas e até um santuário esquecido.

Rios: A água do riacho Dorne corre diretamente pela ala leste da casa principal, irrigando as terras e as tornando produtivas.

Terra: Contém traços de cinza vulcânica, ideal para cultivo de lavanda negra.

Informações adicionais e IMPORTANTES:

1 - Excelente posicionamento estratégico: Fica em um ponto elevado entre duas regiões nobres, permitindo vigilância e controle de estradas comerciais.

2- Nascentes subterrâneas: A terra é fértil e rica em vários minerais.

3- Estruturas secretas abaixo da propriedade: Há muitas passagens subterrâneos seladas. Ninguém sabe exatamente o que existe nelas.

4- Uma cláusula de herança esquecida: Quem possuir Rosegate, legalmente, tem direito a reivindicar outro título ou território de muito maior valor. Cláusula perdida por gerações, em algum lugar das passagens subterrâneas”

Termino de ler, boquiaberta.

- Beatrice… você é uma gênia! - elogio a Beatrice original. - Mas quem é a pessoa que envia todas essas informações para ela?

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