A sala estava viva. Luzes penduradas, caixas de papel decorado, bandejas com amostras de doces, e vozes demais disputando espaço com as crianças correndo. Mas no centro daquele caos, havia um silêncio — interno, cruel — só perceptível para quem sabia o que procurar.
Yanika caminhava com uma lista em mãos quando Younha apareceu, impecável como sempre. Vestia um conjunto nude de alfaiataria, o cabelo preso em um coque sofisticado demais para quem dizia estar “exausta” com a maternidade.
— Uau — disse, fingindo surpresa. — Está tudo lindo… você tem jeito pra isso, não tem?
Yanika assentiu, sem levantar os olhos.
— Faço o que posso.
Younha deu um passo, parando ao lado de uma mesa com lembrancinhas.
— Mike tem olhado tanto pra você ultimamente… — ela disse em tom leve. — Até parece que vai te pedir em casamento.
O silêncio que caiu foi desconfortável. Um dos decoradores pigarreou, envergonhado. Yanika permaneceu calada.
— Brincadeira — continuou Younha, sorrindo. — É só que