Ela tinha história com ele. Uma casa. Uma filha. Uma aliança. Um sobrenome.
Eu não tinha nem uma escova de dentes aqui. Nem roupas. Eu tinha uma cama onde não devia estar, um corpo que ele usou como brinquedo e sentimentos grandes demais pra uma garota que achava que era esperta o suficiente pra não se apegar.
Eu estava errada.
Tão, tão errada.
E agora eu estava ali, tremendo, suando, ainda nua debaixo desse maldito lençol, assistindo o homem que disse que eu era dele deixar outra mulher colocar a boca e as mãos nele como se eu nem existisse.
Pisquei.
Outra lágrima caiu.
Eu nem lembrava que estava chorando.
Não lembrava de nada, exceto do grito subindo pela minha garganta e da minha loba uivando na minha cabeça como se quisesse matar alguma coisa.
Mas eu não me mexi.
Fiquei só parada.
Observando.
E então ela fez algo que fez cada nervo do meu corpo estremecer de raiva.
Algo que embaçou minha visão e fez minhas mãos se fecharem com tanta força que eu juro que senti minhas unhas rasgando