~Lyra~
Eu não sei que tipo de demônio ancestral possuía o Marcus naquela noite, mas o jeito como ele se inclinou na minha direção, como se estivéssemos prestes a viver um momento fofo de filme, nostálgico, onde ex-namorados se reencontram sob luzes de festa e fingem perdão... juro, o meu corpo rejeitou na hora.
Ele estava ali, na minha frente, a centímetros de mim, a respiração dele batendo no meu rosto como se fosse tentação e trauma misturados. Aquele sorrisinho idiota tinha voltado, os olhos semicerrados como se achasse que aquilo era preliminar. Como se eu ainda o quisesse. Como se dois anos de dor e humilhação fossem só o aquecimento para um grande beijo de reconciliação.
Fiquei paralisada, o coração batendo como se quisesse pular do peito e fugir pela porta da frente. Mas aí a mão dele subiu, e eu surtei.
Não.
Eu detonei.
Dei um tapa.
Mas um tapa.
Como se meus ancestrais tivessem subido até a palma da minha mão e dito:
— Vai, filha. Sirva quente.
A festa inteira congelou.
A músic