—Não sei, mamãe. Eu não vejo as coisas do mesmo modo que você, desculpa.

—E de que modo você vê? De que modo?! Porque só há um modo de ver isso. O que você acha, Mauro?

—E o que você quer que eu ache? Não tenho nada a dizer. A oferta foi para o Leandro, não para nós. Então não tenho nada a opinar.

—Pode dizer o que pensa, Mauro —encorajou o irmão.

Mauro estava na poltrona mais afastada, enquanto Patrizia se sentava diante do filho mais velho.

—Eu acho que… é uma oportunidade de mudança para você.

—Não é uma oportunidade! É uma simples migalha! Não é o que você merece. Você merece mais. Você merece tudo. Você não concorda? Você é o primogênito, Leandro.

—E durante mais de quarenta anos isso não me serviu para nada. Você acha que agora vai servir? Já fiz o que você pediu, e acho que é aqui que eu digo basta, porque está decidido. Não podemos fazer nada.

—Podemos, sim —disse a mãe—. Podemos obrigar aquele velho a mudar o testamento.

—Obrigar? —perguntou Mauro, levantando-se quando perceb