Dante Tavares

Isadora atravessou a porta sem olhar para trás.

Entrou casa adentro como quem foge de um incêndio — ignorando o pai tremendo, ainda armado, ignorando a mãe em prantos, os irmãos em choque. Aquilo me perturbou mais do que qualquer grito ou tiro. Era como se ela quisesse fugir não de nós, mas do próprio mundo. Tive um mau pressentimento. Pensei na doença... e temi que fosse mais grave do que parecia.

Enzo ainda balbuciava promessas e pedidos tolos quando foi atropelado pela fúria da matriarca.

— Suma daqui, seu moleque! — a senhora gritou com a força de todas as mães feridas. — Você nunca mais vai tocar na minha filha! Nunca mais vai sequer olhar pra ela!

— Sogra... sogrinha, por favor, eu... — tentou ele, patético, implorando por migalhas de perdão.

— Por favor uma ova! — ela cuspiu, com raiva genuína. — Já sabemos de tudo, Enzo Tavares! Saiam daqui, os dois! Nem você, nem seu tio! Ousem se aproximar de novo e juro...

Foi quando o irmão veio à frente. Um garoto ainda, ma