POV Curandeiro Kael
Na penumbra sufocante do templo, onde apenas as tochas vacilantes iluminavam as inscrições nas paredes, minhas mãos tremiam ao segurar o pergaminho antigo. O couro estava manchado de sangue seco, e as palavras gravadas nele queimavam meus olhos como carvões em brasa. Cada símbolo parecia pulsar com maldições ancestrais, como se carregassem a própria essência da destruição.
"Quando o filho do Lobo de Sangue nascer, o mundo tremerá. Mas se a lua negra surgir após o sol, haverá dois, não um. O primeiro curará o mundo. O segundo queimará o mundo até as cinzas."
Minhas entranhas se reviraram. O suor escorria por minha nuca, gelado como neve das montanhas proibidas. Levantei meus olhos para as duas crianças deitadas sobre as peles de lobo branco tingidas de sangue materno. O menino mamava no peito da mãe, voraz, sua pele já corada, sua aura brilhando como ouro novo forjado pelo fogo divino. Cada respiração sua parecia encher o templo de vida.
Mas a menina… a menina estav