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Capítulo 2 – A Marca do Alfa

POV Liah

Eu acordei com um frio cortante no corpo. Minha cabeça latejava, e quando tentei mexer os braços, senti correntes de ferro pesado prendendo meus pulsos acima da cabeça.

Meu coração disparou. O chão abaixo de mim era de pedra negra, fria como a morte. Abri os olhos devagar, tremendo. Tochas queimavam nas paredes, lançando sombras dançantes pelo salão imenso.

O som de tambores ecoava pelos corredores. Lento, pesado, vibrava dentro do meu peito como uma sentença.

“Onde estou?”

Tentei puxar meus braços, mas as correntes nem se moveram. O barulho ecoou alto, denunciando minha presença.

Então ouvi.

Passos. Fortes. Decididos.

Quando olhei para frente, quase engasguei com o próprio medo.

Ele estava ali. Magnus. O Alfa Supremo. Seu corpo parecia ainda maior à luz do fogo, coberto apenas por calças pretas justas e uma capa grossa pendendo dos ombros largos. Seu peito nu era pura força bruta, marcado por cicatrizes antigas que contavam histórias de batalhas vencidas. Mas o que me fez tremer não foram seus músculos, nem as presas levemente expostas quando ele respirava pesado… e sim seus olhos.

Olhos vermelhos como sangue fresco, ardendo de fúria contida.

Ele me olhou como se eu fosse um inseto rastejante.

— Levante-se. — Ordenou com a voz grave que vibrou em meus ossos.

Minhas pernas falharam, mas me obriguei a me erguer sobre os joelhos, ainda presa pelas correntes. O ferro mordia minha pele fina, deixando marcas vermelhas doloridas. Senti vergonha de estar ali, suja, descalça, meu vestido rasgado pendendo do corpo magro como farrapos.

“Fraca demais para parir filhos fortes.”

As palavras cruéis do Alfa que me rejeitou ecoaram em minha mente. Lágrimas arderam nos meus olhos, mas não caíram. Eu me recusava a chorar diante dele. Mesmo que meu corpo tremesse tanto que meus dentes batiam.

Magnus caminhou até mim. Cada passo ecoava como trovões, fazendo o chão de pedra vibrar. Quando parou na minha frente, abaixou-se até ficarmos olho a olho. Senti o calor da respiração dele contra meu rosto frio.

— Está tremendo… — sua voz era tão baixa que parecia um rosnado. — Tão fraca… tão inútil…

Ele me analisou com um desprezo tão profundo que senti minhas entranhas se revirarem.

— E mesmo assim… — seus olhos queimaram mais forte — …mesmo assim, seu cheiro faz meu lobo querer dilacerar qualquer um que tente se aproximar.

Minha respiração falhou. Eu não entendia. Não queria entender.

— P-por favor… me deixe ir… eu imploro… — sussurrei, sentindo o gosto amargo da humilhação subir pela garganta.

Ele apenas sorriu. Um sorriso frio, cruel, sem qualquer compaixão.

— Tarde demais, pequena. — disse, passando o polegar pela marca que queimava em meu pescoço. — Você é minha. E ninguém jamais vai querer algo que já pertence ao monstro.

E naquele momento, quando ele se ergueu acima de mim como um deus sombrio, percebi a verdade:

Minha vida havia acabado. Ou talvez… estivesse apenas começando no inferno.

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POV Magnus

Ela parecia um passarinho molhado, ajoelhada na pedra fria, tremendo tanto que podia ouvir seus dentes baterem de longe. Fraca. Inútil. Mas seus olhos… seus olhos eram claros e puros, mesmo cheios de medo. O cheiro de vergonha e desespero dela era tão forte que quase me fez rir.

‘Idiotas aqueles que a rejeitaram. Se soubessem o poder que essa pureza carrega…’

Caminhei até ela devagar, sentindo cada passo ecoar como trovões pelo salão. Queria que ela sentisse medo. Queria que cada batida fraca daquele coração fosse um lembrete de quem mandava ali.

Quando parei em sua frente, abaixei-me até ficarmos olho a olho. A pequena arfou e virou o rosto, mas segurei seu queixo com força, obrigando-a a me encarar. Senti sua pele gelada sob meus dedos quentes. Quase pude ouvir o sangue dela correndo rápido demais nas veias finas.

— Olhe para mim. — Exigi, sem erguer a voz, mas vi seu corpo estremecer como se eu tivesse rugido. — Eu deveria esmagar seu pescoço aqui mesmo… seria tão fácil.

Ela arregalou os olhos, e o cheiro de puro terror ficou mais denso no ar. Mas sob ele… havia outro aroma. Doce, quente, escondido. Um cheiro de cio contido, mesmo que seu corpo fosse tão pequeno e frágil que parecia incapaz de suportar a fome que eu causava.

Apertei mais seu queixo, roçando meu polegar em seu lábio inferior trêmulo.

— Não vou matar você. — disse, rosnando baixo. — Seria um desperdício de pureza… E eu tenho planos muito maiores para você.

Soltei seu rosto e me ergui. A pequena ficou ajoelhada, com a cabeça baixa, como se fosse nada. E para mim… era isso que ela era. Nada. Mas também… minha próxima arma.

‘E ninguém toca no que é meu.’

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