Capítulo LXXVI

Ryan não apareceu o dia todo. E eu senti. Não deveria, mas senti. Cada hora arrastada sem sua presença foi uma agonia silenciosa, um peso invisível no peito. Agora, enquanto organizo meus pertences e observo a cidade que se transforma sob a escuridão crescente, percebo o quanto minha mente permaneceu inquieta, esperando por algo.

Por ele.

No hall, uma fresta de luz escapa do escritório do CEO, projetando sombras alongadas pelo chão de mármore. Meu coração tropeça no peito. As lembranças da última vez que estivemos ali voltam com força, e um calor perigoso percorre minha pele.

Antes de entrar, hesito.

Mas a curiosidade – ou talvez algo mais forte – me impulsiona.

Quando empurro a porta, encontro Ryan sentado, absorto diante do brilho da tela do computador. A luz amarelada de um abajur esculpe sombras sobre seu rosto, destacando seus traços afiados, o contorno da mandíbula firme.

Seus olhos me encontram.

O choque da conexão é imediato, como se fios invisíveis nos prendessem no instante
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