Dorotéia
Espero pacientemente meu pai se acomodar. Eu também procuro um lugar confortável e acabo optando pelo sofá à sua frente. Coloco os envelopes do lado e falo:
— Pode começar, senhor Alfredo.
Ele anui, engole e faz careta diante a minha frieza quando falo seu nome. Pigarreia e começar a contar o que tanto quero saber.
— Tudo que falei da outra vez, é verdade. — Levanto a sobrancelha para ele em um gesto debochado. — Na verdade, eu me senti tão traído quanto você. Não é fácil para um pai saber que sua filha amada não é dele, e sim, sua irmã.
— Olhando por esse lado, eu entendo, mas não justifica muitas coisas.
— Pense comigo, Dorotéia. Eu estava esperando uma menina, muito amada, e embora sua mãe estivesse doente, sempre fize