CAPÍTULO 63
Narrativa do autor
O sol batia forte naquela manhã de sábado, iluminando a Serrinha com um brilho diferente. Lavínia acordou cedo, ajeitou os cabelos desgrenhados no espelho e passou a mão na barriga já bem saliente. Seis meses de gravidez e ela sentia cada movimento, cada chute do filho que crescia dentro dela como um sinal de que a vida estava em transformação.
RB ainda estava deitado, mas abriu os olhos quando viu a esposa se acariciando com um sorriso leve.
— Tá chutando de novo? ele perguntou, com a voz rouca de quem tinha acabado de acordar.
Lavínia sorriu, e os olhos dela brilharam como sempre que falava do bebê.
— Tá, amor. Esse neném já vai nascer bravo, igual ao pai dele.
RB deu uma risada curta, puxou a mulher pela cintura e encostou a orelha na barriga dela. Ficou ali por alguns segundos, ouvindo o som abafado dos movimentos. Quando o chute veio mais forte, ele se afastou, arregalando os olhos.
— Caralho! Esse neném vai nascer é quebrando tudo.
Ela riu, fel