— Peguei o caso do senhor Maicon Ribeiro.
— O estuprador e assassino? — Seu tom era de total surpresa, mas a sua fisionomia nada me dizia. Tornei a afirmar. — Isso já faz um ano, se não me engano. Por que agora?
— A mãe do senhor Maicon pediu que eu olhasse o caso do filho dela, depois de tanta insistência, eu fiz isso e achei várias irregularidades.
— Que seria?
— Verifiquei se a prisão ocorreu realmente em flagrante delito, mas não foi assim. Não havia testemunhas, o senhor Maicon só estava no mesmo andar.
— Pode provar isso?
— Poderia, se as câmeras tivessem sido colocadas como provas. Li o auto, não contém a data, o local onde foi lavrado, ou a indicação da autoridade que o presidiu.
— Isso é uma falta gravíssima. — Ele diz com aparente irritação.
— Não houve um julgamento, o senhor Maicon foi acusado e não teve uma chance de defesa. Se tivessem investigado saberiam que meu cliente não fez isso. A polícia não fez o trabalho dela e o advogado anterior foi negligente