ALEX PADILHA
Eu limpei os olhos com o pedaço de papel e sorri para a mulher na minha frente, enquanto o cheiro de álcool entrava na minha narina. Eu havia sido pega.
- É isso que aconteceu, eu disse que não era maldade – Encarei a roupa branca que eu usava. - Não me entrega, isso poderia me afastar dele, o pai dele colocou dois homens lá de fora, eu custei entrar aqui, eu só preciso saber dele, ele fez tanta coisa para mim, você me entende?
- A história é inacreditável – A enfermeira sorriu e desviou o olhar. - Isso pode custar o meu emprego, senhorita.
- Eu nunca vi você – Tento. - Já faz quatro dias e eu não tenho uma maldita notícia dele.
- É o homem do 204, ele está medicado já faz um tempo – Fico parada.
- Não entendi – Ela olhou para o relógio.
- O rapaz e o que levou o tiro, ele mesmo – A mulher baixa e de cabelos curtos faz uma pausa. - Ele deu crise nervosa, ele está sob medicação para se acalmar.
Me levanto.