A Voz da Verdade

A mesa estava posta com simplicidade elegante. O aroma de massas frescas, pão ainda quente e vinho tinto enchia o ambiente, mas havia algo mais forte no ar: a tensão de um segredo prestes a ganhar voz.

Luciano ajeitou o guardanapo no colo e olhou firme para a esposa, Lucrécia. Havia ternura no olhar, mas também a gravidade de quem sabia que aquele momento mudaria destinos.

— Lucrécia… — começou, pausadamente — eu concordo com o Emílio. Não podemos mais adiar. Você é a única pessoa capaz de chegar até Nicola com essa verdade. Só você tem a chave para abrir esse caminho sem machucá-la.

Lucrécia engoliu em seco, pousando o garfo devagar sobre o prato. Seus olhos brilharam na direção de Emílio, que permanecia em silêncio, deixando Luciano conduzir a conversa.

— Pense bem, minha querida — prosseguiu Luciano, com a voz firme. — O Emílio perdeu a esposa. Perdeu também a Giulia, sem sequer saber que ela havia morrido. Hoje descob