ZOE
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Acordei com um sorriso idiota no rosto, daqueles que a gente tenta esconder, mas escapa sem querer. O dia mal tinha começado, e eu já estava com a sensação de que seria memorável, e seria. Não apenas porque eu teria um momento a sós com o Victor sob o pretexto de uma aula externa, mas porque eu tinha planos. Não exatamente os mais santos.
Claro, a desculpa oficial era investigar a traição do meu pai, e eu estava levando isso muito a sério, mas, no fundo, o que eu queria mesmo era estar com o Victor fora de casa, longe do ambiente controlador dos meus pais, um lugar, onde ele pudesse finalmente tomar a decisão de meter o pau dele em mim.
Escovei os dentes, lavei o rosto e saí do quarto descalça, com o cabelo preso de qualquer jeito, o rosto ainda inchado de sono, e fui direto pra cozinha. Minha mãe estava sentada à mesa, com o celular na mão e uma xícara de chá fumegante à frente. Não vi meu pai em lugar nenhum.
— Bom dia. Cadê o papai?
Perguntei, pegando uma fatia de pão.
— Bom